01) As Experiências e a Reconfiguração das Identidades dos Migrantes Maranhenses em São Gotardo-MG

Resumo

Os primeiros grupos migrantes chegaram à cidade, depois da implantação do Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba-PADAP, no começo da década de 70 e início dos anos 80 do século XX, e eram em sua maioria constituídos de famílias de descendentes de japoneses (oriundos do Estado do Paraná e também do Estado de São Paulo). Esses grupos foram assentados como proprietários de terras e dessa forma estruturam seus núcleos de produção em um sistema de gestão familiar da propriedade. A partir de 1980, outros grupos de migrantes foram atraídos para a região do Alto Paranaíba e assim iniciou-se migração de nordestinos dos Estados da Bahia, Maranhão, Alagoas, que se estabeleceram na condição de assalariados rurais nas grandes fazendas da região. Optei pela pesquisa com os maranhenses e não por outros migrantes sejam eles nordestinos ou não, porque existem especificidades nas práticas culturais dos mesmos que não seriam devidamente analisadas se o foco da pesquisa abrangesse uma diversidade maior de migrantes. Por outro lado, esse é também o grupo de migrantes que mais sofre preconceito por parte dos moradores locais, mas que mesmo nessas condições reestruturam as suas identidades e suas práticas culturais a partir da manutenção de seus laços com a comunidade de origem. Assim, o objetivo deste trabalho é o de compreender o processo de reconfiguração e de continuidade cultural da comunidade maranhense no território de migração.

PALAVRAS-CHAVE: Redes Migratórias; Reconfiguração; Identidade; Continuidade.